domingo, 5 de agosto de 2012

De mulher, Maria

Tenho observado no processo da pesquisa de que forma as mulheres se comportam em situações urbanas cotidianas, quais situações aparecem socialmente aceitas com olhar atento aos gestos, ao corpo da mulher e como esse corpo se relaciona no ambiente da cidade.
Formar um corpo em uma diversidade de corpos que se relacionam de diferentes maneiras não é uma tarefa fácil, mas percebo que certas questões resistem ao tempo e permanecem na atualidade sendo particulares do universo feminino que  traduzem e definem uma identidade á figura feminina.
Os movimentos marcados ritmados pelo som do salto e quebra do quadril, mãos que acariciam os cabelos das encabuladas e desbravam os rostos, passos e jogos de pernas que demarcam território, olhares que comunicam ou intimidam, corpos encolhidos pelos olhares de outros, vestimentas que moldam, realçam, escondem e marcam as diferenças, enfim, atitudes que possibilitam muitas leituras, mas meu foco não é identificar pois seria impossível categorizar, mas fazer percebido o excesso desse comportamento criando novas possibilidades de significações e alterando percepções de quem os observa.
Dançar no espaço urbano é se conectar com o ao vivo, um contato direto com o que acontece interferindo na natureza dos locais e nas relações que se estabelecem. Maria quer provocar o olhar do que existe nas ruas como comportamento feminino, dar vazão a reflexão da mulher pela mulher fazendo um zoom nas atitudes da mulher  pelo movimento. De gesto em gesto, comportamento e corpo Maria fala. Vamos ouvir Maria.

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